Observo seus olhos alegres,
vibrantes e dês-lógicos, distante das aflições bestiais que me soterram hora
após hora... lembro que cantarolava uma cantiga
de baleias e sereias, e claro, eram amigas e inseparáveis, como conhecidas de
longa data e afastadas muito tempo pela distância... o entrave é que você tinha
menos de dois anos, seria possível? A
despeito disso sei que chove, e muito! Joguei matéria morta na minha terra e
hoje ela dá sinais de fertilidade, além do que coloco, brotam flores que eu
nunca tinha visto, de cores diferentes... imagino casas subterrâneas e
bibliotecas imensas a te empolgar em mesas de madeira grosseira e cadeiras
confortáveis, em tons de vermelho e amarelo quebrando o branco das páginas
antigas. Escrevo pouco, bem menos que antes, e isso por hora me angustia, deve
ser o anseio de produção e obrigação, pura tolice espontânea, e tenho convicção
que não ficarei com gente que se mata de fome por própria vontade! Não agora,
pois o sacrifício indolor não é mais bem visto, abriram-se outras janelas e por
elas entrou luz na forma de voz, carne e cabelo pequeno, como amo-te Alicia!
Não há hoje definição melhor que essa, sou eu, no entanto, esse eu é pai de
todo seu, o mesmo que te faz rabiscar desenhos coloridos e te ancora nas comidas
e leites das noites, que não são feios por si mesmos, mas que a ti voltam com
todo o cuidado que seu pequeno coração merece... Não há, e por causa minha me
assertivo, alegria maior.